22 de Julho de 2011 por Eric Toussaint , Damien Millet , Daniel Munevar
Para entender a crise mundial em curso, Damien Millet, Daniel Munevar e Eric Toussaint (CADTM) colocam à nossa disposição um conjunto de dados que permitem decifrar uma das questões fundamentais da situação internacional, considerada do ponto de vista do Sul. Desde os anos 60 até esta crise global que afecta todo o planeta, a rede internacional CADTM tem lançado, e continua a lançar, um olhar crítico à economia mundial e aos mecanismos de dominação que estão em jogo. A análise das estatísticas é um elemento central para identificar os verdadeiros problemas e propor alternativas adequadas aos mesmos. Um desenvolvimento humano lamentável, desigualdades, dívida odiosa
Dívida odiosa
Segundo a doutrina, para que uma dívida seja considerada odiosa, e portanto nula, tem de preencher as seguintes condições:
1. Foi contraída contra os interesses da Nação ou contra os interesses do povo ou contra os interesses do Estado.
2. Os credores não conseguem demonstrar que não podiam saber que a dívida foi contraída contra os interesses da Nação.
É preciso sublinhar que, segundo a doutrina da dívida odiosa, a natureza do regime ou do governo que contraiu a dívida não é particularmente importante, pois o que conta é a utilização dada à dívida. Se um governo democrático se endividar contra o interesse da população, a dívida pode ser qualificada odiosa, desde que preencha igualmente a segunda condição. Por consequência, e contrariamente a uma interpretação errada desta doutrina, a dívida odiosa não se aplica apenas aos regimes ditatoriais. (Ver Éric Toussaint, «A Dívida Odiosa Segundo Alexandre Sack e Segundo o CADTM»)
O pai da doutrina da dívida odiosa, Alexander Nahum Sack, diz claramente que as dívidas odiosas podem ser atribuídas a um governo regular. Sack considera que uma dívida contraída por um governo regular pode ser considerada incontestavelmente odiosa, desde que preencha os dois critérios acima apontados.
E acrescenta: «Se estes dois pontos forem confirmados, cabe aos credores o ónus de provar que os fundos envolvidos nos referidos empréstimos foram utilizados não para fins odiosos, prejudiciais à população do Estado, no seu todo ou em parte, mas sim para as necessidades gerais ou especiais desse Estado, e não apresentam carácter odioso».
Sack definiu um governo regular da seguinte forma:
«Deve ser considerado regular o poder supremo que existe efectivamente nos limites de um dado território. É indiferente ao problema em foco que esse poder seja monárquico (absoluto ou limitado) ou republicano; que proceda da “graça de Deus” ou da “vontade do povo”; que exprima a “vontade do povo” ou não, do povo inteiro ou apenas de uma parte deste; que tenha sido estabelecido legalmente ou não.»
Portanto não restam dúvidas sobre a posição de Sack, todos os governos regulares, sejam eles despóticos ou democráticos, em todas as suas variantes, são susceptíveis de contraírem dívidas odiosas.
, transferências financeiras, preços internacionais das matérias-primas, Banco Mundial e FMI, todos esses números da dívida têm sido minuciosamente examinados pelo CADTM no seu vade-mécum 2009.
Longe dos discursos dominantes, este estudo projecta uma potente luz sobre as realidades numéricas de um mundo vacilante. Ver claramente esta realidade facilita a reflexão que pode proporcionar-nos as bases de uma lógica económica radicalmente distinta: socialmente justa e ecologicamente sustentável.
Abreviatura: PED = Países em Desenvolvimento
1 milhão = 1 000 000 = 106
1 milhar de milhão = 1 000 000 000 = 109
1 bilião = 1 000 000 000 000 = 1012
Leia mais em PDF
Tradução de Rodrigo Avila , revisão de Rui Viana Pereira.
docente na Universidade de Liège, é o porta-voz do CADTM Internacional.
É autor do livro Bancocratie, ADEN, Bruxelles, 2014,Procès d’un homme exemplaire, Editions Al Dante, Marseille, 2013; Un coup d’œil dans le rétroviseur. L’idéologie néolibérale des origines jusqu’à aujourd’hui, Le Cerisier, Mons, 2010. É coautor com Damien Millet do livro A Crise da Dívida, Auditar, Anular, Alternativa Política, Temas e Debates, Lisboa, 2013; La dette ou la vie, Aden/CADTM, Bruxelles, 2011.
Coordenou o trabalho da Comissão para a Verdade sobre a dívida pública, criada pela presidente do Parlamento grego. Esta comissão funcionou sob a alçada do Parlamento entre Abril e Outubro de 2015.
Série: O relato de Yanis Varoufakis: esmagador para o próprio
Varoufakis-Tsipras rumo ao acordo funesto com o Eurogrupo de 20 fevereiro 20155 de Março de 2018, por Eric Toussaint
Série: O relato de Yanis Varoufakis: esmagador para o próprio
Logo à partida: Varoufakis-Tsipras adoptam uma orientação votada ao fracasso2 de Março de 2018, por Eric Toussaint
10 de fevereiro de 1918 – 10 de fevereiro de 2018
Há cem anos, o repúdio da dívida russa9 de Fevereiro de 2018, por Eric Toussaint , Nathan Legrand
Série: O relato da crise grega feito por Yanis Varoufakis: acabrunhante para ele próprio
Varoufakis rodeou-se de conselheiros paladinos da ordem dominante29 de Janeiro de 2018, por Eric Toussaint
Série: O relato da crise grega feito por Yanis Varoufakis: acabrunhante para ele próprio
Como Tsipras, com a ajuda de Varoufakis, virou costas ao programa do Syriza23 de Janeiro de 2018, por Eric Toussaint
8 de Janeiro de 2018, por Eric Toussaint , Stefan Slavković
23 de Novembro de 2017, por Eric Toussaint , Marie Charrel
20 de Novembro de 2017, por Eric Toussaint
14 de Novembro de 2017, por Eric Toussaint
14 de Novembro de 2017, por Eric Toussaint
0 | ... | 80 | 90 | 100 | 110 | 120 | 130 | 140 | 150 | 160 | ... | 310
professeur de mathématiques en classes préparatoires scientifiques à Orléans, porte-parole du CADTM France (Comité pour l’Annulation de la Dette du Tiers Monde), auteur de L’Afrique sans dette (CADTM-Syllepse, 2005), co-auteur avec Frédéric Chauvreau des bandes dessinées Dette odieuse (CADTM-Syllepse, 2006) et Le système Dette (CADTM-Syllepse, 2009), co-auteur avec Eric Toussaint du livre Les tsunamis de la dette (CADTM-Syllepse, 2005), co-auteur avec François Mauger de La Jamaïque dans l’étau du FMI (L’esprit frappeur, 2004).
26 de Agosto de 2010, por Eric Toussaint , Damien Millet , Sophie Perchellet
8 de Abril de 2010, por Eric Toussaint , Damien Millet , Sophie Perchellet
3 de Abril de 2009, por Eric Toussaint , Damien Millet
28 de Agosto de 2008, por Eric Toussaint , Damien Millet
20 de Março de 2008, por Eric Toussaint , Damien Millet
7 de Dezembro de 2006, por Eric Toussaint , Damien Millet
est un économiste post-keynésien originaire de Bogotá, en Colombie. De mars à juillet 2015, il a travaillé comme assistant de l’ancien ministre des finances grec, Yanis Varoufakis ; il le conseillait en matière de politique budgétaire et de soutenabilité de la dette.
Auparavant, il était conseiller au Ministère des Finances de Colombie. Il a également travaillé à la CNUCED.
C’est une des figures marquantes dans l’étude de la dette publique au niveau international. Il est chercheur à Eurodad.
18 de Fevereiro de 2015, por Eric Toussaint , Daniel Munevar , Pierre Gottiniaux , Antonio Sanabria
Agenda de Desenvolvimento pós-2015
A falência do sistema da dívida10 de Outubro de 2013, por Eric Toussaint , Daniel Munevar
17 de Março de 2013, por Daniel Munevar
16 de Março de 2013, por Daniel Munevar
5 de Junho de 2012, por Daniel Munevar
1 de Dezembro de 2011, por Daniel Munevar , João Novaes
28 de Julho de 2011, por Eric Toussaint , Damien Millet , Daniel Munevar